sábado, 15 de março de 2008

Descoberto gene que condiciona leucemia

Investigadores do Instituto Catalão de Oncologia (Espanha) identificaram pela primeira vez um gene que condiciona a resposta dos doentes de leucemia ao transplante de medula óssea.

Cientistas espanhóis do Laboratório de Investigação Translacional analisaram 536 transplantes de medula procedentes de doadores compatíveis (irmãos dos doentes) em 19 hospitais daquele país e afirmam, no estudo publicado na revista médica Blood, que a sobrevivência do transplantado varia notavelmente com a variedade do gene do doador.

O tratamento da leucemia aguda e de outros cancros hematológicos é altamente complexo e prolongado e baseia-se em quimioterapia e na realização de um transplante de células-mãe, que podem ser do próprio paciente ou de um doador compatível, geralmente um irmão do paciente.

No entanto, a resposta aos transplantes é variável, sendo que em metade dos casos aparecem complicações cuja origem se desconhece.

O trabalho desenvolvido pelos investigadores apresenta um mecanismo relacionado com o gene CTLA-4, que poderá explicar as diferenças existentes na aparição das complicações.

Através deste mecanismo, os investigadores pensam que seja possível prever as «possíveis complicações e aplicar tratamentos adaptados às particularidades de cada paciente».

Os investigadores descobriram que dependendo da variedade que o gene do doador tem, a sobrevivência dos doentes de leucemia que receberam um transplante oscila entre 56 e 70 por cento.

De acordo com os especialistas, caso se confirmem estes resultados, «deverá analisar-se o gene CTLA-4 do doador antes de levar a cabo o transplante».

Os cientistas descobriram que os pacientes que recebem células procedentes de doadores com o polimorfismo «CT60 AG» ou «CT60 GG» têm uma maior probabilidade de sofrer recaídas e consequentemente uma possibilidade de sobrevivência mais baixa (56,2 por cento após 5 anos), do que aqueles que recebem células com a variedade «CT60 AA» (sobrevivência de 69,8 por cento).

Os investigadores sugerem que as variantes «CT60 AG» e «CT60 GG» tornem o sistema imunitário mais tolerante, provocando, por um lado, uma menor reacção contra os tecidos do paciente e, por outro, um menor ataque às células malignas que não foram atingidas pela quimioterapia, pelo que os pacientes têm mais recaídas.

No caso de estes resultados se confirmarem em outros trabalhos de investigação, os especialistas aconselham que, nos casos em que um doente tenha mais de um doador compatível (irmão), se escolha aquele com o polimorfismo «CT60 AA».

Uma doença dramática ao nível da imunidade, como é a leucemia, pode ter solução com um transplante de medula óssea, mas uma incompatibilidade ou uma rejeicção pode ser o fim de tudo! Apela-se a que as pessoas aumentem o número de dadores em todo o mundo, porque sem qualquer consequência se consegue salvar vidas. Pensemos e ajudemos o outro porque no futuro pode ser qualquer um de nos a precisar de uma ajuda preciosa!

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