sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O SISTEMA ENDÓCRINO


Para controlar e coordenar os órgãos à distância e transmitir mensagens, o corpo segue duas vias. Uma são os nervos, cabos de conexão directa entre os centros de controle e os destinatá­rios das mensagens. A segunda são as hormonas, verdadeiras mensageiras moleculares produzidas por órgãos especializados, as glândulas endócrinas, que as derramam no sangue.


A via hormonal, mais lenta do que a nervosa, tem a caracterís­tica de fazer chegar a mensagem a todas as partes do corpo. Por isso é que as glândulas regulam processos que afectam todo o corpo, como o crescimento, o metabolismo ou a resistência ao stress. Algumas hormonas mantêm inalteradas as condições in­ternas do organismo e outras servem para funções especiais, como a reprodução.


Todas as hormonas actuam em ligação com moléculas espe­ciais presentes na superfície das células dos vários órgãos, mo­dificando a sua actividade.


A “sinfonia” endócrina, ou seja, o funcionamento de todas as glândulas, é dirigida pela hipófise, uma pequena glândula alo­jada numa cavidade na base do crânio, imediatamente abaixo do cérebro. A hipófise produz diversas hormonas. Algumas de­las têm efeitos directos, actuando portanto sem a intermedia­ção de qualquer outra hormona: é o caso da hormona do cres­cimento, que regula o crescimento do corpo, ou da vasopressina, que aumenta a pressão do sangue. Há outras hor­monas, contudo, que regulam a actividade das outras glându­las.


A produção hormonal pode também ser estimulada por um fe­nómeno físico ou químico, como por exemplo a variação de determinada substância no sangue. Em relação a outras partes do corpo, e apesar da sua grande importância, as glândulas en­dó crinas têm uma massa muito reduzida: no seu conjunto não pesam mais de 150 gramas .





O CICLO MENSTRUAL


As transformações periódicas do útero conduzi das pelas hormo­nas produzidas pelas células do folículo representam o ciclo menstrual. No início da adolescência a mulher tem uma larga re­serva de folículos. Cada 28 dias alguns deles desenvolvem-se e produzem as hormonas femininas, que actuam sobre a parede in­terna do útero, a mucosa, que se torna mais espessa. No fim do crescimento, quando produz sobretudo hormonas estrogénias, um folículo rebenta e liberta o óvulo contido no interior, que en­tra na trompa. Empurrado pelas contracções da parede, o óvulo chega ao útero. O folículo aumentado e sem óvulo, chamado corpo amarelo, continua durante alguns dias a produzir hormo­nas, sobretudo progesterona. Quando a produção pára, a muco­sa uterina fende-se e ocorre uma hemorragia, a menstruação, que dura geralmente 4 dias. Para seguir as fases do ciclo toma-se co­mo referência o primeiro dia da menstruação, considerado o pri­meiro dia do ciclo. O rebentamento do folículo, a ovulação, ocorre geralmente no décimo quarto dia. Se durante a passagem pela trompa encontra o esperma, o óvulo pode ser fecundado e desenvolver-se num embrião. Caso contrário morre e é expulso com a menstruação.






O ciclo menstrual é controlado pela hipófise. Nos primeiros 14 dias esta produz quantidades cada vez maiores primeiro de hormonas estimulantes dos folículos, que contribuem para a matu­ração de mais folículos, e depois de hormonas luteinizantes, que fazem rebentar um deles. Estas últimas controlam ainda a trans­formação do folículo em corpo amarelo e a sua sobrevivência na segunda metade do ciclo. Quando a hipófise deixa de as produ­zir, em poucos dias o corpo amarelo degenera, dando origem à menstruação.



OS ÓRGÃOS SEXUAIS FEMININOS



O aparelho reprodutor feminino é formado de modo a cumprir duas funções: a relação sexual, por um lado, e, por outro, o de­senvolvimento do embrião durante os nove meses de gravidez, depois do encontro entre o óvulo e o espermatozóide.

As células reprodutoras femininas, chamadas óvulos, são produ­zidos nos ovários, duas formações ovais situadas no abdómen. No ovário, cada célula-óvulo é envolvida por várias centenas de células de apoio, que produzem as hormonas femininas: juntas formam o folículo.

Os ovários estão ligados através de dois tubos, as trompas, ao úte­ro, um órgão oco em forma de pêra destinado a receber o zigo­to, ou seja, o óvulo fecundado, e a permitir o seu desenvolvi­mento até ao fim da gravidez. O útero, que tem uma parede muscular espessa e um revestimento interno rico em vasos san­guíneos e glândulas mucosas, continua em baixo com a vagina, um canal muscular dilatável que recebe o pénis durante a relação sexual.





O óvulo tem
um diâmetro de
120 milésimos de milímetro, 250 vezes maior do que o de
um espermatozóide,
e é envolvido por vários milhares de células mais pequenas, que têm como função protegê-lo e alimentá-lo até ao momento
de implantação no útero, que ocorre cerca de três dias depois da fecundação.


Na mulher a produção de óvulos começa logo depois da puber­dade e ocorre de uma forma não contínua, mas cíclica. Cada 28 a 30 dias desenvolvem-se alguns folículos, que produzem tam­bém os estrogénios e a progesterona, as hormonas responsáveis pelas características sexuais secundárias femininas: o desenvolvi­mento dos seios, dos pêlos segundo a distribuição específica da mulher, e do corpo em geral.